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Juventudes: outros olhares sobre a diversidade

Na última década, em um mundo que experimenta mudanças cada vez mais profundas e aceleradas, tem sido recorrente indagar sobre qual lugar social está reservado aos jovens. Novos cenários globais e locais conduzem à necessidade de um olhar muito apurado sobre esse amplo universo, profundamente diversificado, formado por mulheres e homens jovens. Com suas trajetórias circunscritas a processos sociais extremamente ricos e complexos, que se alteram conforme os espaços, tempos e contextos em que estão inseridos, diferentes segmentos juvenis explicitam demandas e constroem inéditas identidades e outros caminhos para sua emancipação.

Seguramente, entender a dinâmica geracional e intergeracional é fundamental para se perceber as demais relações de exclusão e inclusão vigentes em nossa sociedade. Só o diálogo profundo e constante entre gerações, conjugando inovações e tradições, pode inverter a lógica do individualismo depredador que tão bem caracteriza a sociedade de consumo e do espetáculo.

Assim, nos tempos atuais, colocar os jovens no foco do conhecimento científico é estratégico e essencial para que se possa apostar em sociedades mais justas no acesso ao bem-estar e à participação cidadã, por meio de maior eqüidade e igualdade de oportunidades. Desse modo, possibilitam-se maiores níveis de inclusão social dos jovens e instruem-se práticas de integração dessa população nas redes de promoção social (educação, trabalho, cultura, comunicação etc.). Sem dúvida, garantir direitos e ampliar oportunidades constitui a chave mestra para imprimir sustentabilidade à democracia em nosso país.

Com esse olhar, o Governo Federal entende que estudos e pesquisas podem e devem ajudar a legitimar os(as) jovens como sujeitos de direitos universais e específicos. Nessa perspectiva, em um esforço conjunto, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ/SGPr) apresentam mais uma publicação que busca agregar valor ao debate público e aos espaços de formulação de políticas públicas – governamentais e não-governamentais – voltadas para a juventude brasileira.

Reconhecendo que muito há para se conhecer sobre os jovens brasileiros, o livro apresenta artigos de pesquisadores com larga e rica experiência de trabalho na área, convidados a contribuir para uma reflexão crítica sobre a base de dados da pesquisa Juventude, Juventudes: o que une e o que separa, recentemente publicada pela Unesco. Como se sabe, são poucos os trabalhos de abrangência nacional que abarcam as áreas rurais e urbanas e incluem a faixa etária de 25 a 29 anos, o que torna o presente estudo praticamente inédito.

O estudo é resultado de um extenso survey com uma amostra significativa da população de 15 a 29 anos (cerca de dez mil jovens), expandida para o total da população da referida faixa etária (34 milhões de jovens), estratificada pelas nove regiões metropolitanas, por municípios com mais de cem mil habitantes (fora das regiões metropolitanas), por municípios entre cinqüenta e cem mil habitantes e por municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes.

A amostra permitiu, ainda, uma análise a partir da faixa etária, da condição do município (urbano e metropolitano, urbano não-metropolitano e rural), do grau de instrução, da classe socioeconômica e da cor/raça auto-atribuída. Em um contexto de crescente importância de análises e pesquisas que expõem com rigor as condições de vida dos jovens, suas dificuldades, demandas e percepções, o presente livro pode contribuir para a construção de novas práticas e políticas públicas. Sem dúvida, o exame dessa expressiva gama de dados pode aportar novos elementos ao debate sobre juventude, tanto na esfera acadêmica quanto, sobretudo, no âmbito das alianças e disputas sociais. Compartilhar achados e descobertas, mostrando a grande diversidade que se inscreve nos sentidos do ser jovem, é uma forma de contribuir para se rever muito do que se diz sobre os jovens, colaborando para a quebra de mitos, discriminações, estigmas e preconceitos que se inscrevem na idéia de juventude. Assim, em consonância com o conjunto de conceitos e de políticas que a Secad e a SNJ vêm apresentando à sociedade, os artigos aqui reunidos tratam de temas diferenciados, mas sempre optando por uma abordagem histórico-social e cultural, dando signifi cativa vocalização para as necessidades, demandas e desejos daqueles que estão socialmente mais vulneráveis.

Enfim, é com imensa alegria que integramos o livro Juventude em Foco: outros Olhares sobre a Diversidade ao rol das exitosas publicações da coleção Educação para Todos. Pela qualidade e atualidade do tema, pela capacidade dos pesquisadores e, principalmente, pela evidente contribuição que os artigos trazem, compondo um quadro profundo e abrangente, este livro deverá suscitar discussão qualifi cada e contribuir para o estabelecimento de novas práticas que subsidiem a construção de políticas públicas de Estado para a juventude brasileira.

(A) Ricardo Henriques - Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - Ministério da Educação.
(A) Regina Novaes - Secretária Nacional de Juventude – Adjunta - Presidente do Conselho Nacional de Juventude.

Baixe o livro em PDF e ótima leitura.

Juventudes: Outros olhares sobre a diversidade.pdf

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